sexta-feira, 12 de junho de 2009

ENGENHOS DE IPOJUCA E OS HOLANDESES

POLUIÇÂO AMBIENTAL
POBLEMA SECULAR

O Município de Ipojuca conta hoje com uma Secretaria de Ciência-tecnologia-e meio ambiente (SECTMA).
O problema não vem só do aquecimento global..
Quando o Brasil estava sob o domínio espanhol o Rei já tomava providências para que não se poluíssem os rios da Zona da Mata de Pernambuco.
Vejamos o que nos dizem alguns relatórios holandeses:
No Documento 4 (pgs. 147 – 190), estampado por Dr. José Antônio Gonçalves de Mello em sua obra Administração da Conquista [1] “notas do que se passou na minha viagem, desde 15 [sic] de Dezembro de 1641 até 24 de janeiro do ano seguinte de 1642”, se registra:

“A 18 do mesmo mês [dezembro] ao amanhecer, cavalguei para Ipojuca [...] (pg. 151)


“Ali também recebi queixas de que alguns engenhos lançavam o bagaço aos rios, com o que conspurcavam as águas. Soube que ao tempo do Rei de Espanha foram dadas ordens a este respeito e mesmo que alguns moradores ainda têm cópia dos editais. Determinei ao Escolteto Hol procurasse os ditos editais e no-los enviasse para ser resolvido o que conviesse ao caso [...] (pg. 152).
Dr. José Antônio nos remete à Nota 12 de fim de texto (Documento 4):
“Interessante referência ao início da poluição dos rios da zona da mata pernambucana pela indústria açucareira, que viria a agravar-se no século XIX com os engenhos centrais e as usinas. Em 4 de março de 1644 foi publicado edital proibindo lançar-se nos leitos e embocaduras dos rios quaisquer imundícies: ARA, OWIC 70, dag.notule da data acima.”
Já que o assunto é poluição mesmo Documento 4 (pgs. 147 – 190), na visita a Santo Antônio do Cabo [Cabo de Santo Agostinho], se registra a 17 de dezembro de 1641:
“A 17 viajei para Santo Antônio do Cabo... (pg. 148) [...] Entendi-me com Martinus de Coutre sobre prestações vencidas da compra de seu engenho (p. 149). [...] Também alguns senhores de engenho e moradores de Santo Antônio [do Cabo] se quixaram de que a água ou rio ali era conspurcado por outros senhores de engenho, que nele jogavam o bagaço [de cana], o que era causa de muitas doenças. Ordenei a [não indica] que redigisse um edital proibindo o abuso, para ser apresentado para exame a S. Ex.a e ao Alto Conselho” [2] (p. 150).

[1] Apud, Mello, José Antônio Gonçalves de, Administração da Conquista, II, Companhia Editora de Pernambuco – CEPE – Recife, 2004, pp. 148 - 152).
[2] Apud, Mello, José Antônio Gonçalves de, Administração da Conquista, II, Companhia Editora de Pernambuco – CEPE – Recife, 2004,
E a Nota 17 a este trecho nos remete à mesma Nota 12.

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