segunda-feira, 21 de junho de 2010

GUERRA HOLANDESA - OS FRANCISCANOS

MÁRTIRES FRANCISCANOS NA INVASÃO HOLANDESA
RELATÓRIO DE MATIAS DE ALBUQUERQUE

O historiador Fernando Pio, em seu livro O Convento de Santo Antônio do Recife e as fundações franciscanas em Pernambuco, escreve sobre os franciscanos na Invasão Holandesa:
Em 1630, quando da Invasão Holandesa em Pernambuco, era Custódio do Brasil, vivendo no Convento de Olinda, Frei Antônio dos Anjos. Desembarcado o inimigo em Pau Amarelo, Fr. Antônio dos Anjos, à frente de sua falange de religiosos, abandona o Convento de Olinda, para acompanhar o exército em combate. Não foge ao perigo, encontrando-se sempre onde a batalha se feria mais acesa. Tão grandes foram seus serviços, que o General Matias de Albuquerque, Comandante em Chefe das forças pernambucanas, em documento firmado aos 20 de agosto de 1635, narra, nas seguintes palavras, a dedicação e heroísmo desses soldados da milícia de Cristo:
Certifico que vindo no mês de fevereiro de 1630 sobre o porto e Villa desta Capitania de Pernambuco uma mui poderosa armada holandesa, O Padre Custódio de São Francisco que era então Fr. Antonio dos Anjos, com muitos religiosos de sua ordem, acudiram à praia, às trincheiras, e aos baluartes, a confessar e animar os soldados e a gente da terra, para que sustentassem as ditas trincheiras e baluartes, onde assistiram até de todo serem rendidas.
E vindo nós para o Recife, vieram também os religiosos da dita Ordem, alguns dos quais foram assistir no Forte do Mar a confessar, e, no de terra, (S. Jorge), fizeram o mesmo offício até de todo serem rendidos; e fazendo eu arrayal no sítio de Parnamirim para nelle formar uma fortificação, como formei, em que me defendesse do inimigo, os ditos religiosos se retiraram e, dentro do forte, fizeram um oratório, no qual sempre assistiram de seis religiosos para cima, dizendo missa no dito oratório e administrando os sacramentos da Confissão e Sagrada Comunhão, e fazendo sermão quando era necessário, com muita pontualidade; e três annos contínuos os ditos religiosos foram dizer missa às estâncias dos Afogados e Salinas e todas as mais, e nellas administrando os sobreditos sacramentos com a mesma pontualidade e diligência; e em todos os rebates e assaltos que tivemos com os inimigos, se acharam presentes os ditos religiosos, em companhia de nossos soldados, animando aos sãos e confessando os feridos com mui grandes trabalhos e riscos, e assistiram no seu oratorio e no arrayal, prestando os mesmos officios até o dia 9 de junho de 1635 em que se rendeu o dito arrayal!
( Fernanfo Pio, obra citada, páginas 16 a 17).
Observa Frei Bonifácio Müller, que transcreve o mesmo documento numa versão quase idêntica, tratar-se de uma “referência sumária” da certidão que se encontra na íntegra no Novo Orbe Seráfico de Frei Jaboatão (P. I, 2, p. 97 m- m100). Veja em Província Franciscana de Santo Antônio do Brsasil 1657 – 1957, Provincialado Franciscano, Recife, PE, Volume I, p. 91, nota 12.

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