sexta-feira, 4 de junho de 2010

QUADROS DOS MÁRTIRES DE MARROCOS DO CONVENTO DE IPOJUCA


Entre as obras de arte do Convento de Santo Antônio de Ipojuca/ PE (fundado em 1606), contam-se os quadros - óleo sobre madeira - que se encontram no Refeitório da Comunidade Franciscana. Infelizmente se acham bastante atacados pelo mofo, o que dificulta a sua apreciação. Está em andamento um projeto para restaurá-los. Nesta postagem temos, acima, provavelmente, a representação do martírio de São João do Prado, martirizado em Marrocos nas primeiras décadas do século XVII (1631). O Bem-aventurado João do Prado, foi uma das vítimas do Marrocos, em época bem mais próxima de nós que a dos 5 Mártires de Marrocos de 1220, cujo testemunho selado pelo sangue, motivou a passagem de S. Antônio dos Monges de Santo Agostinho para a Ordem dos Frades Menores fundadada por S. Francisco de Assis.
Deve ter acontecido com esse quadro o mesmo que se deu com o dos Mártires de Marrocos de Penedo: pertencia ao acervo do Convento do Recife. Deve ser a esse painel que se refere Frei Bonifácio Müller em seu livro já citado “Convento Santo Antônio do Recife” quando diz que estava localizado no claustro superior o quadro do “martírio do Bem-aventurado João do Prado (1631)” (pg. 47).
Vejamos o que sobre João do Prado registra o Blog de Dom A. Gaspar: CELEBRAÇÕES dos Santos - dia 24 maio:

“No Marrocos, o Bem-Aventurado JOÃO DO PRADO, franciscano, sacerdote e mártir do século XVI (sic), queimado vivo após ter feito seus estudos na Universidade de Salamanca e recomeçado a evangelização do Marrocos”.
Dom A. Gaspar transcreve aí o que lemos em SANTOS e HERÓIS DO POVO, livro da autoria de Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito de São Paulo, lembrando-nos os santos e heróis do povo para cada dia do ano.
O quadro abaixo, representa o trucidamento dos 5 Mártires de Marrocos em 1220. Não se vê legenda. É uma versão mais realista que a do painel de Penedo em que eles aparecem como "gloriosos". Neste de Ipojuca a cena reproduz a crueldade do martírio: um está sendo decapítado, outro jaz estendido no chão, sendo arrastado por um soldado; os outros três aguadam piedosamente a sua hora. Os carrascos, de pé ezibem sua tuculência, comandados pelo sultão, ricamente vestido.
Os quadros são provavelmente da segunda metade do século XVIII. Não consta o nome do artista.
Deviam servir aos franciscanos da época de incentivo à perseverança, depois de terem passado pelo martírio dos calvinistas holandeses.
Aguardamos o estudo de Enos Omena sobre os quadros de ipojuca.









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