terça-feira, 9 de outubro de 2012

ORIENTAÇÃO TURÍSTICA

ORIENTAÇÃO TURÍSTICA


Com este título se encontra no Arquivo do Convento franciscano de Olinda um guia turístico de 20 páginas que poderíamos chamar também “arruando o Convento de Nossa Senhora das Neves”.

Vamos nos colocar em caminhada, a começar pela

FACHADA DO CONVENTO


É constante a primeira pergunta dos que avistam a fachada do convento: - De que ano é?

Bem poucos reparam a inscrição esculpida nas cornijas das duas janelas da Portaria: “Anno – 1754”. Esta data, porém, longe de nos revelar a época da fundação, apenas marca o ano em que se concluiu a reconstrução.

                                                 Vista da Sè com o Cruzeiro  do  Convento        
                                                                                                                                                              Óleo sobre tela de Silva Netto


Do convento primitivo somente resta a chamada “Capela do Capítulo” no interior do claustro. A maior parte da construção anterior foi destruída pelos invasoresm holandeses. Logo na tomada de Olinda a 16 de fevereiro de 1630, os frades tiveram tiveram que fugir para escapar à primeira fúria dos hereges. Voltando depois, encontraram seu Convento todo pilhado. O que deixaram nesta ocasião foi devorado pelas labaredas no incêndio da Vila no dia 24 de novembro de 1631, sobretudo o que havia de madeira, livros e alfaias.

Restabelecida a ordem pela Restauração de Pernambuco em 1654, os frades cogitaram na reedificação da casa e igreja mais amplas, tal qual hoje se apresentam. Traçada a planta, trataram de angariar materiais e donativos para iniciar os trabalhos em 1712, que letamente prosseguiram, pois só em 1754 terminaram. A principal razão que fez demorar a conclusão foi a divergência das opiniões a cerca da altura deste trecho. Julgavam uns que não devia exceder a altura da igreja; outros opinaram que deveria acompanhar a ala lateral na descida da ladeira. Afinal adotaram o parecer de levantar o trecho da Portaria como hoje se encontra. No entanto não carecia de base a ideia contrária, pois a igreja ficou um tanto prejudicada na sua arquitetura, assim do lado do Convento como do outro lado da Ordem Terceira, cuja porta de entrada leva a legenda de 1818.

Destaca-se, no alto do frontespício, a imagem de Nossa Senhora dentro do nicho e feita de pedra.

Entre a igreja e a Ordem Terceira avistamos uma cruz de pedra que provavelmente não entrara na planta original, por ser uma peça isolada da via-sacra, como se lê no pedestal:

“Esta 2ª estação representa o lugar onde leram a sentença a Jesus Christo e lhe puzeram a cruz as costas. Anno D. 1735”.

No Livro de Atas da Ordem Terceira lemos que, na sessão de 14 de setembro de 1862, o Pe. Comissario

fez a proposta que esta cruz de pedra, colocada fora da porta,


            Óleo sobre tela de Fr. J. Milton


fosse transferida para o centro do cemitério. Na sessão seguinte de 20 desse mês ficou resolvido que o cruzeiro ficasse no seu lugar em memória da antiguidade, e por ser um distintivo ao entrar da nossa Ordem. Vale dizer que nos meados do século passado não faltava quem considerasse esta cruz de pedra parte integrante da fachada.

O cruzeiro do convento é um monumento bem acabado, mas o que lhe diminue a importância é tanto a distância como o nível mais baixo que a igreja do Convento.

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